sábado, 3 de novembro de 2012

Tetraplégica há 25 anos, moradora do Varjão descobriu a vocação para a arte

Dar a volta por cima nem sempre é uma tarefa fácil. É preciso muita determinação e força de vontade para conseguir atingir metas e objetivos. Foi assim que Eva Leite, 46 anos, descobriu vocação para a arte. Após um acidente de carro, há 25 anos, quando viajava para o Rio de Janeiro, ela perdeu os movimentos dos braços e das pernas. Desde então, iniciou uma batalha para encontrar uma ocupação que se adequasse à essa nova realidade. Essa imposição que o destino lhe reservou a fez descobrir, há seis anos, que podia pintar quadros e escrever livros utilizando apenas a boca. Ela já perdeu as contas de quantas obras de arte já fez, mas já publicou dois livros, e o terceiro está em processo de finalização gráfica. Durante a maior parte de sua vida, a moradora do Varjão não tinha interesse pela arte. No colégio, não frequentava as aulas da disciplina. “Jamais imaginava que chegaria a gostar de pintura. Inspiro-me muito nos quadros de Romero Brito. Não gosto de pintar paisagens, mas se pedirem, eu pinto. Na verdade, a vida me ensinou que nem tudo é de momento”, afirma. Aceitação - Após o acidente, Eva demorou para aceitar a nova realidade. Terminou um longo relacionamento, e se sentia inferiorizada o tempo todo. Lembrar que não poderia mais andar era motivo para choro e lamentação. “Eu gostava de curtir a vida. Era bem louca mesmo. Acho que tudo que aconteceu foi um puxão de orelha da vida para eu repensar a maneira de viver. Fazer descobertas e aprender a me adaptar, mesmo com as dificuldades que hoje enfrento”, conta. Quatro anos após o acidente, Eva se casou e teve uma filha. Hoje, aos 19 anos, Isabel Leite ajuda a mãe a todo o momento e diz sentir muito orgulho dela. “Minha mãe é um exemplo, minha motivação e força”, afirma.

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